Laura e eu voltamos de férias ma-ra-vi-lho-sas da Croácia. As três semanas serão contadas depois com detalhes e fotos. Mas três dias depois que comecei a trabalhar, superbem, em plena forma, cheia de energia e boas resoluções, minha vida virou uma catastrofe. A cozinha-laboratorio onde preparamos a comida é uma antiga padaria e quem estava fazendo as mudanças, obras e limpeza era o meu chef, um grande françês de 1m98 e o outro cozinheiro que começou a trabalhar conosco há dois meses. Bom, nessa arrumação, que na verdade deveria ter sido feita por uma empresa especialisada, mas o pão-duro do proprietário convenceu o meu chef, ele “deveria” tirar um motor de uma geladeira de uma prateleira à 3 metros de altura.
Meu chef teve a idéia de girico de improvidar uma estante com rodinhas para colocar o tal motor. Estavamos, eu em pé na pia, o outro cozinheiro numa escada e meu chef na frente do motor. Resultado, perdemos o controle e o motor caiu em cima do meu chef, derrubando-o no chão e resvalando sobre seu pé abrindo um grande buraco. O sangue jorrava como chafariz. Um horror. Eu tirei minha bandana, fiz um torniquete e coloquei-o no carro e dirigi feito louca para o hospital.
A tal mudança que deveria custar “barata” pro dono saiu muito cara. Meu chef teve fraturas expostas dos ossos do pé e deverá ficar de repouso até o fim de setembro. Pra “recuperar o prejuizo” o idiota, mas que é supersimpático, do dono não contratou ninguém para substitui-lo e está colocando no bolso o dinheiro da seguradora.
Nessa equação injusta, eu trabalho tentanto fazer o meu serviço e do meu chef ao mesmo tempo, o que significa que chego na cozinha às 5h30 e saio às 15h30. Morta, evidentemente. Essa exploração já deu problemas entre Laura e eu, que fica indignada com a situação e não gosta de me ver assim.